UEBA significa análise de comportamento de usuários e entidades. Antes conhecida como análise do comportamento do usuário, a UEBA é o processo de rastreamento de anomalias do comportamento do usuário para identificar possíveis riscos ou ameaças à cibersegurança. A ideia é ter um grande conjunto de dados sobre comportamentos do usuário e usar variações da norma de dados dentro desse conjunto para acionar alertas ou ações específicas que possam proativamente combater ataques cibernéticos ou impedi-los antes que causem muitos danos.
Como funciona a UEBA?
A UEBA acompanha o comportamento de usuários e entidades de uma organização para distinguir o comportamento normal do comportamento anormal. No contexto da cibersegurança, um usuário ou uma entidade pode ser qualquer sistema de TI, processo de negócios ou organização (incluindo o governo).
A UEBA monitora esses usuários e entidades revisando e analisando constantemente seus dados para determinar se uma atividade ou comportamento específico é anômalo e, portanto, potencialmente perigoso porque poderia resultar em um ataque cibernético.
Por exemplo, um hacker pode roubar a senha de um funcionário e fazer login em um sistema. Uma vez dentro desse sistema, o hacker provavelmente se comportaria de uma maneira totalmente diferente da forma como o usuário se comportava historicamente e, assim, acionaria alertas de ameaças cibernéticas.
A UEBA obtém esse rastreamento sofisticado de anomalias por meio de uma combinação de aprendizado de máquina, análise estatística e análise avançada. Normalmente, um sistema UEBA estabelece uma “linha de base” para o comportamento do usuário e compara a atividade com essa linha de base.
UEBA vs. SIEM: Como elas são diferentes?
O gerenciamento de informações e eventos de segurança (SIEM, Security Information and Event Management) usa painéis para fornecer uma visão holística de todas as informações e eventos relacionados à segurança e, em seguida, aciona alertas, se necessário. As plataformas SIEM coletam e agregam dados de várias ferramentas de segurança e sistemas de TI e, em seguida, analisam esses dados.
Os sistemas UEBA, por outro lado, aplicam aprendizado de máquina para analisar o comportamento do usuário e, portanto, podem usar essas informações para prever uma possível ameaça cibernética e enviar alertas em tempo real. O SIEM é o processo original, mas as empresas logo descobriram que incorporar estratégias UEBA ao SIEM tornou o SIEM muito mais eficaz no monitoramento de ameaças em tempo real e na resposta rápida. Isso porque a UEBA rastreia e analisa o comportamento do usuário, enquanto o SIEM não.
UBA vs. UEBA: Elas são as mesmas?
Entender a diferença entre a análise do comportamento do usuário (UBA, User behavior analysis) e a UEBA se resume a entender por que o “E” foi adicionado e quem o adicionou.
O “E” em “UEBA” significa “entidade” e veio de um Guia de Mercado do Gartner publicado em 2017. Essa foi a primeira vez que o “UEBA” foi usado em vez do “UBA”. Até lá, o foco principal da tecnologia UBA era o roubo e a fraude de dados. Mas as empresas logo perceberam que as ameaças cibernéticas estavam começando a vir de lugares muito além dos usuários, incluindo endpoints gerenciados e não gerenciados, aplicativos móveis e em nuvem, redes e várias ameaças externas. O Gartner se referiu a essas outras fontes de risco cibernético como “entidades”.
Em resumo, UBA e UEBA não são as mesmas, mas estão muito relacionadas. O UEBA é a versão mais atualizada do UBA.
UEBA x SOAR: O que é melhor?
As ferramentas de orquestração, automação e resposta de segurança (SOAR, Security Orchestration, Automation and Response) permitem que as organizações respondam mais rapidamente a ameaças de segurança coletando e centralizando dados de diferentes sistemas e plataformas. Dessa forma, as ferramentas SOAR são vistas como um método para alcançar uma “única fonte de verdade” para todos os dados e atividades relacionados à cibersegurança. Os sistemas SOAR também podem ser usados para automatizar respostas a ameaças de segurança de baixo nível.
Embora o SOAR enfatize a automação, a coleta de dados e a agregação, o UEBA se concentra na análise do comportamento do usuário e da entidade. O SOAR pode acelerar as coisas, mas o UEBA pode encontrar anomalias que o SOAR não consegue. Dessa forma, nenhuma ferramenta ou método é melhor do que o outro. Em vez disso, elas são complementares, com diferentes benefícios e provavelmente mais bem usadas em conjunto.
Três motivos para usar o UEBA
O UEBA é uma ferramenta avançada para monitorar e limitar possíveis ameaças cibernéticas. Estes são os três principais motivos para usar a UEBA:
- Superfície de ataque reduzida
A UEBA informa as equipes de segurança sobre brechas e pontos fracos em seus sistemas, reduzindo assim o potencial de ataques cibernéticos ao reduzir a superfície geral de ataque.
- Eficiência operacional aprimorada
A UEBA pode reduzir a carga de trabalho manual das equipes de segurança usando automação e aprendizado de máquina para identificar e validar ameaças. Isso dá aos profissionais de segurança mais tempo para se concentrarem em ameaças reais em vez de buscar alertas.
- Superpoderes
“Superpoderes” podem ser um exagero, mas a UEBA traz certos poderes especiais relacionados à cibersegurança para uma organização, incluindo a capacidade de detectar possível exfiltração de dados antes que aconteça, identificar contas sequestradas e evitar o uso indevido de privilégios.
Por esses motivos, o UEBA, especialmente em combinação com outras estratégias, como SOAR, é uma maneira extremamente eficaz de identificar e prevenir proativamente ataques cibernéticos e reduzir a exposição de uma organização a ameaças cibernéticas.